Olá, bem, como todos sabem estamos no segundo turno
das eleições e o candidato tucano representa, para muitos, a mudança, para
outros representa o retrocesso de Fernando Henrique Cardoso. Há quem diga que
ele terminou bem seu mandato em Minas Gerais, porém é público e notório que ele
perdeu para Dilma Rousseff no primeiro turno (e tudo indica que no segundo não
será diferente) e que nem Pimenta da Veiga, candidato ao governo apoiado pelo
mesmo, foi eleito e perdeu logo no primeiro turno para o petista Fernando
Pimentel.
Para isto, nada melhor do que alguém que viveu em Minas
Gerais durante o mandato de Aécio Neves como governador para relatar a trajetória dele com opinião própria, mostrando se ele foi realmente um bom governador para o
estado. Agradecemos a professora Nailim Ventura por apresentar-nos a
nutricionista Josiele Hister a nós, agradecemos a mesma por conceder a entrevista e a ambas por colaborarem com o Jornal do SESI Portão.
Sem mais delongas, vamos as perguntas e as respostas:
[Bruno Costa – Jornal Sesi Portão] Como foi o Governo do
Aécio Neves em geral? Como foi o posicionamento político dele? Como foi a marca
dele na área social, saúde e educação?
[Josiele Hister] O Aécio ficou conhecido por causa do
Tancredo Neves, os mineiros criaram expectativas e acharam que ele pudesse
fazer diferença em Minas, mas na verdade a grande maioria das pessoas que
votaram nele sentiram-se frustradas.
A saúde em Minas Gerais é bastante precária, falta infraestrutura
em diversos aspectos. Minas Gerais poderia ser um Estado muito rico, porém
existe muita desigualdade social, a parte norte é muito pobre, e a impressão
que temos é que o governo do Aécio só privilegiou os mais ricos, concentrando
as riquezas na parte oeste, leste e sul.
A educação já foi boa, e as escolas estaduais eram
referência, durante o governo do Aécio isso tudo mudou, e a qualidade caiu
muito, os professores recebem salários baixos e faltam recursos.
A desaprovação do Aécio em Minas não poderia ser diferente,
todas as pessoas que viveram o governo dele jamais escolherão ele para liderar
o nosso país. Acho que o país precisa de mudanças, mas colocar Aécio no poder
tornará tudo muito pior, se ele não conseguiu melhorias para Minas Gerais, que
dirá para o nosso país!
[Bruno Costa – Jornal Sesi Portão] É verdade que ele não
pagava o piso mínimo aos professores? E mais, sabes quanto ele destinava a cada
escola estadual?
[Josiele Hister] Eu não sei te falar ao certo o valor que
ele destinava as escolas, mas sei que as escolas estaduais faziam várias
greves, e isto prejudicava muito os alunos. O salário mínimo em Minas é menor
que o do Paraná, e os professores ganhavam menos de R$1000 por mês, o que,
na minha opinião, é um absurdo!
[Bruno Costa – Jornal Sesi Portão] Quem o reelegeu governador e elegeu posteriormente senador?
[Josiele Hister] Acredito que somente as pessoas que foram
privilegiadas pelo seu governo o reelegeram como governador e elegeram-no
senador, pois grande parte da população, que necessitam de saúde e educação
pública, desaprovam totalmente o Aécio.
[Bruno Costa – Jornal Sesi Portão] O Governo do sucessor que
ele apoiava, Antônio Anastasia, foi semelhante ao de Aécio?
[Josiele Hister] Com o Anastasia nada mudou, Minas continuou
com os mesmos problemas de sempre, isso gera até um sentimento de revolta com o
PSDB. Ficarei decepcionada se ele vencer estas eleições, só quem viveu em
Minas, e consegue enxergar todos os problemas, sabe que ele não está preparado
para ser presidente.
[Bruno Costa – Jornal Sesi Portão] Quando ele se candidatou
ao governo pela primeira vez, você votou nele?
[Josiele Hister] Na primeira vez votei sim, cheia de
expectativas e acreditando que ele seria um bom líder, depois nunca mais, quatro
anos foram suficientes para ele demonstrar total despreparo e falta de
competência!
Encerramos a entrevista mostrando um olhar de quem viveu o
governo de Aécio Neves, agradecemos mais uma vez a Josiele Hister por
participar. O Jornal Sesi Portão volta em poucos dias com a entrevista de novo
com os professores sobre o segundo turno para presidente, até a próxima.
